Mulheres estão sendo assassinadas em suas casas por algum conhecido

No Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, o deputado Genivaldo Lievore (PT) discursou no plenário da Assembleia Legislativa e alertou para a banalização da violência contra a mulher, muitas vezes embutida em novelas, programas de humor e peças publicitárias. “A violência contra as mulheres foi sempre tão naturalizada, que às vezes não nos damos conta de que está sendo praticada, de que está sendo incentivada, por meio das novelas, por meio de peças publicitárias e também pelos programas humorísticos”, discursou o deputado. Para ele, a violência sexual e doméstica sejam talvez as expressões mais duras da opressão às mulheres. “A violência contra as mulheres é fruto das relações desiguais e de poder entre homens e mulheres. Em geral, a violência é exercida por pessoas que estão muito próximas às mulheres: maridos, amantes, namorados, pais, parentes, amigos, colegas de trabalho, conforme mostra o Diagnóstico de Gênero e Pobreza elaborado pelo Instituto Jones dos Santos Neves. Noventa e sete por cento da violência é praticada dentro de casa”, informou Genivaldo Lievore. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime publicou na semana passada o primeiro estudo global sobre homicídios. Dados mundiais mostram que, enquanto os homens têm mais probabilidade de morrer em lugares públicos, as mulheres são assassinadas principalmente dentro de casa por algum integrante da família. “Há uma apelação que infelizmente fortalece a violência contra as mulheres. A luta feminista foi um movimento social que tomou a iniciativa de denunciar a violência contra a mulher e de lutar contra essa violência”, destacou o deputado, que citou a Marcha Mundial das Mulheres como um instrumento de luta internacional contra a violência sexista e a pobreza. Genivaldo Lievore frisou que o Espírito Santo foi o primeiro estado brasileiro a repactuar com o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, em razão dos alarmantes índices de homicídios. Dados do Mapa da Violência de 2010 (Ministério da Justiça e Instituto Sangari) mostram que 10,3% dos homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes são do sexo feminino. “É necessário o empenho dos poderes públicos, das igrejas e principalmente dos meios de comunicação para que a luta contra a violência à mulher possa ter êxito em nosso estado e em nosso país”, observou Genivaldo. “Infelizmente o Espírito Santo ocupa o primeiro lugar no ranking da violência contra a mulher no país. Precisamos lutar para banir essa forma de violência”, complementou o deputado, reforçando seu empenho em divulgar a campanha Outubro Rosa, cujo objetivo é lutar contra o câncer de mama.

Fonte: Flávia Fernandes