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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Rio Doce abriga árvores gigantes

Uma das maiores árvores do mundo, o jequitibá ainda reina absoluto nas margens e ilhas do Rio Doce onde alguns destes gigantes conseguiram sobreviver à acelerada devastação da Mata Atlântica no Noroeste do Espírito Santo ao sobrear as extensas plantações de cacau entre Colatina e Linhares.

Muitos deles escaparam da derrubada em decorrência da dificuldade de acesso, corte e remoção da madeira como no caso do imponente jequitibá-rosa (Cariniana legalis) com cerca de 300 anos, 30 metros de altura que continua a crescer com vigor na Ilha do Pau Grosso com cerca de 40h já na região cacaueira linharense.

Ele pode não ser a maior árvore do Espírito Santo-, mas impressiona pelo formato da copa e do tronco coberto por uma casca rugosa e o equivalente a oito homens de mãos dadas para abraça-lo.

“O jequitibá é uma árvore nacional. Podem atingir até 40 metros e viver mais de 3 mil anos. Esse representante do Rio Doce deve ter no mínimo 300 anos. Daí a necessidade urgente em preservar os que resistem em pé em nossas florestas”, defende Luciana Dias Thomaz, doutora em botânica do Herbário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Além dos jequitibás outras espécies centenárias imensas ocorrem nas Matas de Cabruca, como são denominadas as áreas de sombreamento do cacau com remanescentes florestais da Mata Atlântica entre ela: a sapucaia, guapuvuru, inuiba, pau d’alho, vinhático e as charmosas gameleiras de raízes longas e espalhadas acima da terra. Essas plantas chegam atingir a altura de 20 metros aproximados.

A exuberante vegetação e os índios botocudos encantaram a princesa alemã Teresa da Baviera que numa rápida visita ao Rio Doce em 1888 já descrevia o esplendor das montanhas e as arvores descomunais, explica o historiador colatinense José Lino Fraça Galvão. “Era uma amante da natureza. O grito do macaco bugio e o colosso das árvores a fascinaram” relata.

Agora o futuro da Mata de Cabruca do Rio Doce também podem estar comprometido pela infestação da vassoura-bruxa que ameaça dizimar as plantações de cacau na região estimada em 500 mil pés pelo Incaper de Colatina.

“A praga não tem remédio. A clonagem por variedades resistente a doença é a salvação”, diz o fazendeiro Nilso Campostrini Filho, 50 anos o Xuxa Campostrini dono de 15 mil pés de cacau em Colatina.